quinta-feira, 3 de julho de 2014

Inauguração Oficial da Colônia de Iguá (20/08/1938):

* Gilciano Menezes Costa
* Luiz Maurício de Abreu Arruda 
 
Fonte: FGV - CPDOC
Fotografia tirada em frente aos pavilhões para o tratamento e internamento da "Lepra" (Hanseníase) na Colônia de Iguá em Venda das Pedras, município de Itaboraí. Em 1940 passou a se chamar Colônia Tavares de Macedo, sendo alterado novamente, na década de 80, para Hospital Estadual Tavares de Macedo (HETM).

Embora a inauguração oficial tenha ocorrido no dia 20 de Agosto de 1938, com a presença do presidente Getúlio Vargas, desde 20 de Fevereiro de 1935 12 doentes já estavam internados na propriedade que foi adquirida pelo governo do Estado do Rio, ao qual foi comprada de Agenor Maurício Telles. Desta forma, foi iniciada a prática do Isolamento Compulsório na cidade, que era uma Política Pública do período e principal mecanismo de profilaxia da "Lepra".

A imagem representa a "Zona Doente". Em sua parte lateral direita, tendo a banda musical a frente, está o Pavilhão de Serviços Médicos (ou Serviços Clínicos).

Da esquerda para a direita: as três primeiras edificações semelhantes, assim como as três semelhantes seguintes, depois da construção do meio que é o refeitório, são os pavilhões de isolamento, de modelo Carville. As construções acima desses, possivelmente são a lavanderia e a enfermaria com sala de operações.

A "Zona Doente" era cercada por arame farpado e o projeto da Colônia do Iguá era baseado no Plano Nacional de Combate à Lepra, que entrou em vigor a partir de 1935.
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Bibliografia:


SOUZA ARAÚJO, H. C. História da lepra no Brasil. Período Republicano (1890-1952), Vol. III. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1946.
Arquivo Pessoal Gustavo Capanema - CPDOC-FGV.
PARREIRAS, Décio. Anotações acerca do Isolamento nosocomial na Lepra. A Colônia do Iguá (Estado do Rio). Arquivo de Higiene, Ano 7, nº1, 1937.
Revista de Combate a Lepra. Orgão oficial da Federação das Sociedades de Assistência aos Lazaros e defesa Contra a Lepra. Ano I, nº1, 1936.
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Luiz Maurício de Abreu Arruda é mestrando em História Política na Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Professor de História.

Gilciano Menezes Costa é Mestre em História Social (UFF) e autor da obra "A escravidão em Itaboraí: Uma vivência às margens do Rio Macacú (1833-1875)" Clique aqui para ver a obra

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