sábado, 26 de julho de 2014

Getúlio Vargas na Estação de Venda das Pedras (1938)

* Luiz Maurício de Abreu Arruda
 
FGV - CPDOC

A fotografia abaixo, representa a chegada do presidente Getúlio Vargas e comitiva em 20 de agosto de 1938, em Venda das Pedras, Itaboraí.

Naquele dia chuvoso, marcado pela presença de várias autoridades, Vargas (ao centro da fotografia)
tendo ao seu lado esquerdo o Ministro da Educação e Saúde, Gustavo Capanema e do seu lado direito (encoberto parcialmente pelo homem que segura um guarda-chuva) o governador do estado do Rio de Janeiro, Ernâni do Amaral Peixoto desembarcavam em Itaboraí, para inaugurar oficialmente o leprosário (Colônia) de Iguá.

Depois de acirradas disputas políticas e intensas mobilizações locais contra a instalação do leprosário, foi inaugurado o primeiro e único local de tratamento e isolamento compulsório para hansenianos (leprosos) do estado do Rio de Janeiro.

Intelectuais itaborienses, como o Juiz Pache de Faria, além do médico e professor riobonitense Roberto Pereira dos Santos, destacaram-se como principais atores, buscando capitanear apoio favorável à transferência da localização do leprosário.

Entretanto, com o advento do Estado Novo em 10 de novembro de 1937, o movimento insurgente é desmobilizado a partir do silenciamento do poder legislativo, palco principal das articulações e negociações políticas.
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Bibliografia:

“ A chegada a Iguá” In: Jornal do Brasil, Edição de 21 de agosto de 1938.
COLÔNIA DE IGUÁ. Mais um leprosário, mais uma obra de humanidade e patriotismo. In: Revista doméstica. Rio de Janeiro: Sociedade Gráfica Vida Doméstica Ltda. Edição de Setembro de 1938.
PARREIRAS, Décio. Anotações acerca do Isolamento nosocomial na Lepra. A Colônia do Iguá (Estado do Rio). Arquivo de Higiene, Ano 7, nº1, 1937.
SANTOS, Roberto Pereira dos. “O Leprosório do Iguá (Brado de revolta de um povo)”. 2º Edição, Rio de Janeiro: 1937.
“ Visita presidencial ao Estado do Rio” In: Jornal A Noite, 20 de agosto de 1938.
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* Luiz Maurício de Abreu Arruda é mestrando em História Política pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

2º Simpósio Internacional de História Pública


A Universidade Federal Fluminense recebe, de 10 a 12 de setembro de 2014, o 2º Simpósio Internacional de História Pública. Para se inscrever entre no site: http://simposio2014.historiapublica.com.br/

O simpósio terá dentre suas atividades conferências, mesas redondas com debatedores convidados, oficinas, apresentações orais em painéis temáticos, sessões de comunicação de Iniciação Científica e Iniciação à Docência, apresentações lançamentos de livros e outros trabalhos.
Organizado pela Rede Brasileira de História Pública e, em âmbito local, pelo Laboratório de História Oral e Imagem (LABHOI), o evento busca consolidar uma sistemática de realizações bienais de simpósios de história pública no Brasil, após a bem sucedida realização do Simpósio Internacional de História Pública: A história e seus públicos, que no ano de 2012 reuniu cerca de 600 participantes na Universidade de São Paulo.

O tema aglutinador desta edição do evento – “Perspectivas da História Pública no Brasil – abre-se para um elenco de tópicos instigante e variado, propiciando o cruzamento de fronteiras entre diversas áreas de conhecimento e atuação, acadêmicas e não acadêmicas. Tal intercâmbio intelectual, empreendido entre pesquisadores e profissionais de várias áreas, contribuirá enormemente para a continuidade da Rede Brasileira de História Pública. Para tanto, este encontro terá um perfil nitidamente inter-institucional, interdisciplinar e transnacional.

Mapas da cidade

Em construção...

Convento de São Boaventura


Fonte: You Tube 



O vídeo acima narra parte da história do Convento de São BoaVentura, que atualmente se encontra em ruínas nas terras do COMPERJ em Porto das Caixas, distrito de Itaboraí. É apresentado o período que foi construído (segunda metade do século XVII) e o momento em que foi fechado (primeira metade do século XIX). A construção e ornamentação do Convento foram mencionadas como obras de grandes artistas, alguns dos quais eram escravos. Sua estrutura interna e organização realizada pelos clérigos são narradas em detalhes.

Clique aqui para conhecer seus tombamentos.

Como participar do projeto?

As pessoas que quiserem contribuir com projeto poderão enviar fotos antigas que retratem o passado de Itaboraí. Buscam-se imagens que apareçam alguma referência do local onde foi tirada a fotografia, de práticas esportivas ou de alguma manifestação cultural e religiosa que exista ou que já existiu na cidade.

Para quem for enviar fotografias, pedimos que encaminhem o máximo possível de informações, como: data, onde foi tirada, as pessoas que estão presentes na imagem e onde conseguiu a foto. Caso não possuam essas informações, não tem problema, podem enviar que mesmo assim receberemos.
O período de fotografias que analisaremos será do século XIX até o final do século XX, especificamente até a década de 90.

Uma outra forma de participar é enviando jornais e documentos antigos digitalizados ou notificar que tem esse material e que gostaria que fosse digitalizado e compartilhado. Nós avaliaremos o material e, conforme for, digitalizaremos sem nenhum custo financeiro para ambos.

Podem também sugerir entrevistas, em formato de filmagens, a moradores antigos com memórias do passado da cidade. 

Participem e nos ajudem a construir esse espaço que tem como principal objetivo desenvolver materiais sobre a região e apresentar para a população da cidade a riqueza de nossa história. 

Enviem material para esse email: luizmaur@hotmail.com

Abraços

sábado, 5 de julho de 2014

Projeto


Projeto desenvolvido pelo professor e pesquisador Luiz Maurício de Abreu Arruda, com a finalidade de possibilitar o acesso a pesquisas e informações sobre a História de Itaboraí. Por uma perspectiva da História Social e Política, além do uso da metodologia da História Regional, pretende-se contribuir na prática docente, em trabalhos de pesquisadores, na afirmação da identidade dos moradores com a cidade e na valorização dos Patrimônios Materiais e Imateriais existentes na região.  

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Inauguração Oficial da Colônia de Iguá (20/08/1938):

* Gilciano Menezes Costa
* Luiz Maurício de Abreu Arruda 
 
Fonte: FGV - CPDOC
Fotografia tirada em frente aos pavilhões para o tratamento e internamento da "Lepra" (Hanseníase) na Colônia de Iguá em Venda das Pedras, município de Itaboraí. Em 1940 passou a se chamar Colônia Tavares de Macedo, sendo alterado novamente, na década de 80, para Hospital Estadual Tavares de Macedo (HETM).

Embora a inauguração oficial tenha ocorrido no dia 20 de Agosto de 1938, com a presença do presidente Getúlio Vargas, desde 20 de Fevereiro de 1935 12 doentes já estavam internados na propriedade que foi adquirida pelo governo do Estado do Rio, ao qual foi comprada de Agenor Maurício Telles. Desta forma, foi iniciada a prática do Isolamento Compulsório na cidade, que era uma Política Pública do período e principal mecanismo de profilaxia da "Lepra".

A imagem representa a "Zona Doente". Em sua parte lateral direita, tendo a banda musical a frente, está o Pavilhão de Serviços Médicos (ou Serviços Clínicos).

Da esquerda para a direita: as três primeiras edificações semelhantes, assim como as três semelhantes seguintes, depois da construção do meio que é o refeitório, são os pavilhões de isolamento, de modelo Carville. As construções acima desses, possivelmente são a lavanderia e a enfermaria com sala de operações.

A "Zona Doente" era cercada por arame farpado e o projeto da Colônia do Iguá era baseado no Plano Nacional de Combate à Lepra, que entrou em vigor a partir de 1935.
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Bibliografia:


SOUZA ARAÚJO, H. C. História da lepra no Brasil. Período Republicano (1890-1952), Vol. III. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1946.
Arquivo Pessoal Gustavo Capanema - CPDOC-FGV.
PARREIRAS, Décio. Anotações acerca do Isolamento nosocomial na Lepra. A Colônia do Iguá (Estado do Rio). Arquivo de Higiene, Ano 7, nº1, 1937.
Revista de Combate a Lepra. Orgão oficial da Federação das Sociedades de Assistência aos Lazaros e defesa Contra a Lepra. Ano I, nº1, 1936.
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Luiz Maurício de Abreu Arruda é mestrando em História Política na Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Professor de História.

Gilciano Menezes Costa é Mestre em História Social (UFF) e autor da obra "A escravidão em Itaboraí: Uma vivência às margens do Rio Macacú (1833-1875)" Clique aqui para ver a obra