* Luiz
Maurício de Abreu Arruda
As imagens acima representam duas
realidades dentro de um mesmo projeto que foi malsucedido e abandonado pelo
poder público.
Trata-se da Usina de beneficiamento de mandioca para produção de álcool, que teve suas obras iniciadas no final de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, a partir da desapropriação pela Prefeitura Municipal de Itaboraí de um determinado lote de terras, cedidas por 6 proprietários locais de Porto das Caixas.
Da esquerda para a direita, verificamos o projeto inicial, fotografia retirada em 1949, algum tempo depois da finalização de sua construção. Em seguida, da direita para a esquerda, observamos o que restou da Usina, representada por uma fotografia atual que evidencia a ocupação do espaço e a deterioração das edificações.[1]
Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo (1937-1945),assinou o Decreto-Lei nº 5031 de 4 de dezembro de 1942, que criou a Comissão Executiva dos Produtos de Mandioca, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Um dos seus principais objetivos era de organizar cooperativas, para o financiamento aos agricultores e industriais da mandioca e administração das fábricas locais e centrais, que entraram em colapso devido ao fechamento do mercado consumidor internacional.[2]
O cultivo da mandioca recebeu grande atenção por apresentar vantagens em relação à cana-de-açúcar: elevada tolerância à seca, baixo consumo de fertilizantes e poucos problemas com pragas. Além disto,poder contar com a possibilidade de produzir 2,5 vezes mais etanol por unidade de massa do que a cana-de-açúcar. O fato deste produto ser basicamente de cultura familiar e de uso alimentar, o seu desvio para a produção de energia, poderia produzir problemas de abastecimento. Logo, o problema maior não era tecnológico e sim agrícola.[3]
Quatro cidades do antigo Estado do Rio de Janeiro foram “contempladas”com instalações de usinas:Nova Iguaçu, Itaboraí, São Fidélis e Bom Jesus de Itabapoana.Estavam inseridas dentro de um projeto nacionalista de diversificação de matriz energética, onde além destas, várias outras seriam instaladas por todo o Brasil.[4]
Os recursos aplicados no Estado do Rio, para instalação das quatro Usinas, chegaram à cifra de 42 milhões de cruzeiros e jamais funcionou um dia sequer, evidenciando o desperdício do recurso público.No caso da Usina de Porto das Caixas, o desperdício foi de 8 milhões de cruzeiros e um sonho que virou pesadelo para muitos lavradores que investiram seus poucos recursos na esperança de dias melhores.
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Trata-se da Usina de beneficiamento de mandioca para produção de álcool, que teve suas obras iniciadas no final de 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, a partir da desapropriação pela Prefeitura Municipal de Itaboraí de um determinado lote de terras, cedidas por 6 proprietários locais de Porto das Caixas.
Da esquerda para a direita, verificamos o projeto inicial, fotografia retirada em 1949, algum tempo depois da finalização de sua construção. Em seguida, da direita para a esquerda, observamos o que restou da Usina, representada por uma fotografia atual que evidencia a ocupação do espaço e a deterioração das edificações.[1]
Getúlio Vargas, durante o período do Estado Novo (1937-1945),assinou o Decreto-Lei nº 5031 de 4 de dezembro de 1942, que criou a Comissão Executiva dos Produtos de Mandioca, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Um dos seus principais objetivos era de organizar cooperativas, para o financiamento aos agricultores e industriais da mandioca e administração das fábricas locais e centrais, que entraram em colapso devido ao fechamento do mercado consumidor internacional.[2]
O cultivo da mandioca recebeu grande atenção por apresentar vantagens em relação à cana-de-açúcar: elevada tolerância à seca, baixo consumo de fertilizantes e poucos problemas com pragas. Além disto,poder contar com a possibilidade de produzir 2,5 vezes mais etanol por unidade de massa do que a cana-de-açúcar. O fato deste produto ser basicamente de cultura familiar e de uso alimentar, o seu desvio para a produção de energia, poderia produzir problemas de abastecimento. Logo, o problema maior não era tecnológico e sim agrícola.[3]
Quatro cidades do antigo Estado do Rio de Janeiro foram “contempladas”com instalações de usinas:Nova Iguaçu, Itaboraí, São Fidélis e Bom Jesus de Itabapoana.Estavam inseridas dentro de um projeto nacionalista de diversificação de matriz energética, onde além destas, várias outras seriam instaladas por todo o Brasil.[4]
Os recursos aplicados no Estado do Rio, para instalação das quatro Usinas, chegaram à cifra de 42 milhões de cruzeiros e jamais funcionou um dia sequer, evidenciando o desperdício do recurso público.No caso da Usina de Porto das Caixas, o desperdício foi de 8 milhões de cruzeiros e um sonho que virou pesadelo para muitos lavradores que investiram seus poucos recursos na esperança de dias melhores.
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* Luiz Maurício de Abreu Arruda é
mestrando em História Política pelo Programa de Pós-Graduação em História da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro e Professor de História.
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Fontes e Bibliografia:
[1]FIGUEIREDO, Sérgio Ferreira de. O carro a álcool: uma experiência de
política pública para a inovação no Brasil. Dissertação de Mestrado
Profissionalizante em Políticas de Ciência e Tecnologia – Universidade de
Brasília, Brasília: 2005.
[2] Notícias do Estado do Rio. In:
Jornal A Manhã, 02 de novembro de 1943.
[3] A fotografia da Usina retirada
em 1949. In:Jornal Folha
de Itaboraí, Ano 2, N.º 79, 29 de dezembro de 1949. A fotografia atual foi
retirada em 14/09/2014 por Geovane Pires e gentilmente cedida.
[4] Criminoso, o abandono em que se
encontram varias distilarias de álcool. In: Jornal Folha de Itaboraí, Ano 2, N.º 79, 29 de dezembro de 1949.
[5] Recuperação de uma riqueza. In:
Jornal A Noite, 10 de julho de 1954.
e http://leis.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=3269.